Foram 2,52 milhões de nascimentos no ano, o menor patamar desde o início da série histórica do IBGE; número é 12% inferior à média pré-pandemia

O Brasil registrou, em 2023, o menor número de nascimentos desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada há quase cinco décadas. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (16), foram contabilizados 2,52 milhões de nascidos vivos no país ao longo do ano — uma queda de 0,7% em relação a 2022. Este é o quinto ano consecutivo de recuo nos nascimentos.

Os dados fazem parte da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, que utiliza informações coletadas diretamente nos cartórios de registro civil em todo o país. O total de nascimentos registrados oficialmente em 2023 foi de 2,6 milhões, mas o IBGE explica que cerca de 75 mil desses registros (2,9%) referem-se a pessoas nascidas em anos anteriores e que só foram registradas no ano passado.

A comparação com os anos anteriores à pandemia de Covid-19 revela um cenário ainda mais preocupante. A quantidade de nascimentos em 2023 é 12% menor do que a média registrada entre 2015 e 2019, período em que o Brasil somava cerca de 2,87 milhões de nascimentos por ano.

O recuo na taxa de natalidade já vinha sendo observado nas últimas décadas, impulsionado por fatores como o envelhecimento da população, mudanças nos padrões familiares, inserção da mulher no mercado de trabalho e maior acesso a métodos contraceptivos. A pandemia acentuou essa tendência, e os números de 2023 reforçam o alerta sobre os desafios demográficos que o país enfrentará nos próximos anos.

JP News