O governador Mauro Mendes (União) fez coro ao chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União), e confirmou que as emendas da oposição serão as últimas a serem pagas pelo seu Governo. Segundo ele, esse tratamento é natural na democracia. Ele também cravou a deputada Janaina Riva (MDB) na oposição.  

A declaração ocorre após a deputada ter denunciado que o governo não estaria pagando suas emendas impositivas. Em resposta, Garcia desmentiu, mas disse que os deputados de oposição sempre são os últimos a serem contemplados.  

“Como o próprio secretário disse: ônus e bônus. Ele é oposição do governo federal e as emendas dele é uma das últimas a serem pagas.  Isso é natural na democracia, não é novo em Mato Grosso, não é novo em Brasil. E é o tratamento que você dá. A oposição gosta de criticar, a oposição gosta de falar coisas que muitas vezes não é a verdade. E o ônus disso é muitas vezes um relacionamento não sadio com o governo”, disse nesta segunda-feira (5).  

Após essa declaração, Mendes disse que o governo não liga se o parlamentar é base ou não, já que alguns deputados criticam, e que ele mesmo critica a administração, mas que isso seja com verdade. “Eu não sou pai e mãe de todos os problemas que existem no estado, muitos deles nós estamos resolvendo, e muitos deles vão continuar para que outros possam resolver. Agora, a relação ela tem que ser pautada em cima de verdade, de lealdade, de reciprocidade”, explicou.  

“Eu não tô querendo ampliar a base nem tirar de ninguém de base. Eu quero que a relação honesta para o governo. O Comportamento dela é, sim, de oposição”, completa.  

Mauro Mendes também admitiu que esse embate já o reflexo da disputa eleitoral do ano que vem, já que ele busca uma vaga no Senado Federal, assim como a deputada Janaina Riva. A relação entre Janaina Riva e o governo Mauro Mendes (União) sempre foi de conflito.

Quando aderiu à base em 2019, Janaina não abriu mão de defender o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) dos servidores do Estado, sempre votando contra o governo.  Porém, sempre votou com o governo em outras pautas, principalmente nas mais polêmicas, como a flexibilização das regras ambientais no Estado e o aumento de impostos no início do governo em 2019.  

A relação começou a se deteriorar quando, no final de 2022, ela admitiu que buscaria o Senado Federal. Mendes, que foi reeleito, também busca a mesma vaga, e vê a parlamentar como a sua principal adversária, já que ela também visa conquistar o voto dos bolsonaristas no Estado.  

Diante disso, o governo chegou a interferir na disputa da Mesa Diretora no ano passado para impedir que a deputada ocupasse o cargo de 1ª secretária, e conseguiu derrotá-la. Durante o mesmo processo, o governo tirou a secretaria do MDB, sob alegação de suspeita de superfaturamento.  

Agora, a tendência é empurrar Janaina para a oposição para tentar isolá-la politicamente.